segunda-feira, 4 de novembro de 2013

QUE MUNDO VOCÊ APOIA?

Aproveitando o momento em que tantos ativistas tem se manifestado sobre o uso de animais em testes de laboratório, vem à mente uma questão importante? Será que não estamos sendo contraditórios ao reagir contra o uso de animais em laboratórios mas continuar comprando produtos de empresas que utilizam esses animais em seus testes? Essa questão e muitas outras sobre nosso comportamento como consumidor reflete a forma como pensamos e muitas vezes pode ser contraditória. Pensando nisso e na nossa responsabilidade como consumidores, encontrei essa matéria bastante interessante que traz toda essa reflexão.


"Que mundo você apoia com suas compras?

Direto ao ponto, a pergunta é: você tem consciência de que suas escolhas como consumidor desenham o mundo em que vivemos? Já parou para refletir sobre as empresas e os produtos e serviços que você patrocina todos os dias? Pois está aí um assunto prá lá de bom de ser lembrado sempre, e mais um pouquinho.
Faça uma lista de valores e princípios que considera importantes na sua vida, na sua família, na vizinhança, na sua cidade. Em seguida, dê uma passeada pela casa, observando as marcas que estão por todo canto: de cosméticos, roupas, sapatos, alimentos, remédios, eletrodomésticos, móveis e acessórios de decoração, equipamentos eletrônicos, brinquedos, têxteis etc.
Será que nossas compras refletem o mundo que queremos para nós e para as futuras gerações?  Se realmente queremos um planeta mais saudável, com terra boa para plantar e água pura para beber, por que ainda compramos comida contaminada com agrotóxicos? Por que simplesmente não recusamos os produtos transgênicos?
Bebidas gaseificadas e altamente açucaradas estão longe de ser algo benéfico para a Terra e as pessoas. Então, por que consumi-las? Por que apoiar sua produção e toda a cadeia desastrosa que elas criam (de mais obesidade, dependência, seduções sem fim em comerciais de tevê, impactos socioambientais…)?
Nessa toada, para mim, roupa boa é roupa feita com tecido bom, que não detonou os rios no tingimento, que não poluiu, que não fez escravos na linha de produção, que soube valorizar a durabilidade em vez da efemeridade da moda. Se puder ser fruto de troca entre amigos, então, melhor ainda.
Esta semana vimos a história do laboratório que fazia testes horríveis em animais. Ficamos chocados, não é mesmo? E por que ainda compramos cosméticos e remédios que são fruto dessa prática? Não dá pra entender…
Se não queremos um mundo contaminado de lixo eletrônico, por que trocamos de celular a cada três meses?  Não quer viver em um mundo insalubre, reinado pelapoluição e pela perda de biodiversidade? Preste atenção aos materiais de construção que você escolhe para sua casa, à origem da madeira que deixou a porta da sala linda…
Aí, você pode me questionar: “mas as empresas não dizem muito sobre seus processos produtivos”… Então, é aí que nós, consumidores, temos que agir. Precisamos exigir mais transparência das empresas. Elas têm que nos informar correta e abertamente.
Dá trabalho, sim, mas vale a pena. Temos em nossas mãos o poder de verdadeirosmecenas de um mundo melhor, mais saudável e mais justo. Mas é preciso ser firme, questionar, pedir mais detalhes, estar atento sempre, refletir e evitar a ilusão da felicidade pelo consumo.
Felicidade tem a ver com saúde, bem estar, qualidade de vida, liberdade, água limpa, áreas verdes, ar puro, amigos, comida orgânica. E, se prestar atenção, vai ver que boa parte dessas coisas não vem em embalagens de plástico nem está disponível em gôndolas de supermercados…
Pode acreditar, o resultado dessa postura mais dura, digamos, diante do universo confuso das compras ainda pode render mudanças profundas em nossa sociedade. Isso, aliás, já está acontecendo. São várias as pressões para que fabricantes tenham mais “juízo” na hora de produzir seus bens e serviços: leis mais rigorosas, população mais atenta, mercado mais exigente. Está tudo aí, para tirarmos proveito como “designers” de um futuro melhor para todos. Pense nisso na próxima vez que for sacar o cartão de crédito da bolsa…"